"Quando as saudades são
muitas e não cabe no meu peito escorrem as lágrimas pelos meus olhos....até um
dia mano. Adoro-te mano"
Meu querido mano,
Há 4 anos, já passados, chorei no
dia em que nasceu o teu sobrinho Daniel. Sentia uma grande confusão de
sentimentos, não se se chorava de alegria ou de angústia, pois o aparecimento
da tua doença abalou-me muito. Desde então e mesmo com o Daniel que dava o seu
trabalho, os meus pensamentos estavam concentrados em ti… pedindo com todas as
minhas forças a Deus que te curasse.
Ao longo deste tempo fomos tendo
notícias sempre cautelosas, mas eu sempre com a minha fé que um dia iríamos ter
boas notícias. Lembro-me de te enviar um sms dizendo “és o meu herói”; foi no
dia seguinte á última operação.
Confesso que nessa altura pensei
que toda esta angústia ia acabar, mas não continuaste na luta e com a minha fé
e confiança, rezava.
Eu, Daniel e a Mãe estivemos uns
dias na tua casa e foi nessa altura que eu ouvi de ti a mais dura realidade
“Leta, as notícias não são as melhores, o médico disse que já não há mais nada
a fazer.”
No nosso regresso a Portugal, a
minha mente só me dizia que algo tinha de ser feito e procurei a medicina
alternativa, procurei algo que travasse a evolução da doença. Foram indicados
dois medicamentos, mas… não sei, talvez tivesse sido tarde demais.
Vieste com a Justyna e Olívia
para junto de nós na altura do natal e eu ia ficando aterrorizada com a tua
frágil saúde de dia para dia. O meu desespero era de tal forma que dava por mim
a pedir bem alto na ida e no regresso do trabalho “ó Meu Deus, não nos
abandone, ajude o meu irmão a salvar-se desta maldita doença.”
A fé e o medo da incerteza
acompanhavam a minha mente, mas algo de bom parecia resistir no meu coração!
Neste momento, as lágrimas
escorrem dos meus olhos.
Mas nunca morrerás dentro de mim.
Até um dia, meu irmão.
Leta
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